Contagem regressiva para a instalação do Google Analytics 4
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Por Jonas Marinho
Gerente de Business Intelligence & Analytics da Simplex.
O recado mundial está dado. Segundo o Google, todas as propriedades padrões da sua ferramenta Universal Analytics – a versão 3 do Google Analytics usada para trazer dados sobre a navegação e as buscas feitas por usuários em sites e aplicativos – deixarão de processar dados no dia 1 de julho de 2023. São 15 meses para as empresas migrarem para a nova versão, o Google Analytics 4 (GA4). Pode parecer bastante tempo. Mas não é. Afinal, quanto mais cedo a nova versão for adotada, mais à frente as empresas estarão refinando seus próprios processos de medição de dados, para entender o comportamento de seus clientes e leads, fundamental para otimizar a conversão, a partir da nova plataforma. E, conhecendo mais sobre o comportamento do usuário na internet, consequentemente, alcançarão melhores resultados em seus negócios, mais competitividade e confiança junto ao mercado. Também será uma mudança na usabilidade da ferramenta, assim os profissionais também precisarão se adaptar à nova plataforma.
O GA4 foi criado para trazer novas propostas de otimização de buscas, onde as plataformas buscam se integrar com maior agilidade, diante de uma relevância cada vez maior da Inteligência Artificial (IA) e do Machine Learning na elaboração de estratégias das empresas. O seu grande diferencial é justamente a característica de permitir visão completa da jornada do cliente com um modelo de medição flexível baseado em eventos que não é fragmentado por plataforma ou organizado em sessões independentes, mas sim levando em conta as interações em diferentes plataformas.
Em outras palavras: ao contrário da versão antecessora, a nova ferramenta integra toda a jornada do usuário, independentemente de quantos dispositivos tenham sido utilizados pela mesma pessoa via site e/ou aplicativos em uma determinada pesquisa até a eventual compra. Esta identificação de usuário único é realizada por três métodos: pelo sistema de logins de sites, pela conta do Google e pelo dispositivo utilizado pelo usuário.
O Google Analytics 4 deverá impactar também na qualidade das ações publicitárias e de marketing. Com a possibilidade de entender que o usuário que navega no site e usa aplicativo é o mesmo, será possível evitar o excesso de propaganda e tornar a experiência muito mais amigável e com mais chances de aderência.
É importante ressaltar que o GA4 também não armazenará mais endereços de IP e não dependerá dos invasivos e polêmicos cookies. Essa solução e controle é especialmente necessária no atual cenário nacional e internacional de privacidade de dados, em que os usuários esperam cada vez mais proteções e controle de suas informações pessoais, indo ao encontro da Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil (LGPD) e do General Data Protection Regulation (GDPR) da União Europeia.
Com estas características, o Google Analytics 4 possibilita prever novos e mais preciosos insights. E, o mais importante, foi desenvolvido para acompanhar um ecossistema em constante mudança. Portanto, a plataforma ajuda as empresas a atender às necessidades em evolução e às expectativas dos usuários, com controles mais abrangentes e granulares para coleta e uso de dados, possibilitando entrega mais precisa de análises em um modelo mais racional e seguro.
Só resta saber se, futuramente, o Google conseguirá refinar e identificar subgrupos de usuários. Em um país como o Brasil, onde existe compartilhamento de dispositivos, seja computador ou celular, há o desafio de identificar quem realmente fez determinada pesquisa. Como fazer esta medição? Aguardamos os próximos capítulos.