A geração Z e o crescimento do TikTok desafiam sistemas de busca

A geração Z e o crescimento do TikTok desafiam sistemas de busca

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

 

Por Carol Junqueira
Gerente de Marketing & Cultura da Simplex

As mídias sociais provocaram uma das maiores ondas disruptivas nas comunicações da humanidade, somente comparadas, talvez, à invenção da prensa por Gutenberg. Na época, a possibilidade de reprodução rápida de livros e outros conteúdos incentivou a alfabetização e estimulou o surgimento de escolas ao redor do mundo. A circulação de informações levou a humanidade a um novo patamar de conhecimento.

É verdade que o rádio e a televisão também impactaram os processos de comunicação e a forma de atuar dos comunicadores. Todos foram obrigados a se adaptar à linguagem dessas novas mídias. Assim também ocorreu com o surgimento da internet no final dos anos 1980. As novas mídias digitais apresentaram caráter disruptivo e trouxeram grandes desafios para a comunicação e para os comunicadores. A situação agora parece ser um pouco mais desafiadora.

Ao dar a cada indivíduo o poder de falar diretamente com milhões de pessoas, as mídias sociais quebraram toda a lógica da comunicação que vigorou por mais de cem anos, sempre mediada pelos meios de comunicação e centrada em poucos veículos.

Mesmo para as tecnologias nascidas já na era digital como, por exemplo, os sites de buscas, que foram decisivos para viabilizar a internet da forma que a conhecemos, existe uma nuvem de incertezas se formando no horizonte provocada pelas mídias sociais.

Dias atrás, navegando no TikTok, a mídia social típica da geração Z, eu me deparei com uma postagem de uma usuária que fazia o seguinte comentário: “Gente, algum de vocês ainda usa o Google para fazer buscas?”

Oi? Como assim, “ainda”? Existe outra ferramenta que está ameaçando a liderança da gigante das buscas?

A verdade é que, sim, existe. É a geração Z, formada pelos nativos digitais nascidos neste século, que se habituou a buscar informações sobre serviços e produtos – não mais em pesquisas na internet, ou nas fontes tradicionais de informação. Pelo contrário, sua preferência é se informar com base no que outros usuários, que nem sempre são famosos, dizem ou opinam. Para a geração Z, a opinião de quem eles conhecem, ou consideram conhecer, é o que vale, seja ela qual for. Pelo fato de os influenciadores trabalharem com publis, existe a possibilidade de o profissional talvez nem conhecer realmente o produto – ou não usar. Mas, uma pessoa que não ganha a vida com isso, não teria motivo para mentir. Por isso, a opinião e a experiência dela é valiosa.

Era sobre isso que a usuária falava. Para ela não fazia sentido buscar informações em outro ambiente que não as mídias sociais. É uma tendência que parece estar chegando com uma força expressiva. Isso não passou despercebido por um dos gênios do SEO e que é um dos nomes mais respeitados do mundo em marketing digital: Neil Patel. Bem no estilo TikTok, Patel gravou um vídeo de 30 segundos no qual ele sugere que essa mídia, adorada pela geração Z, tem potencial para assumir, em breve, a liderança em buscas, justamente pelo comportamento de seus usuários.

É ainda difícil mensurar como esse novo comportamento irá impactar nos sites de buscas, mas tenho certeza de que o futuro será focado cada vez mais na qualidade de conteúdo criado. E eu não digo isso pensando em conteúdos complexos e caros, mas sim na qualidade deles independentemente de grandes investimentos. De forma criativa e autêntica, é possível engajar pessoas se o objetivo for gerar conhecimento e não apenas vender algo.

Seguramente, esse novo modelo representará desafios imensos para as equipes, ainda mais as de SEO. Nós estamos assistindo emergir uma nova disrupção nos sistemas de buscas. E aí, a sua empresa está preparada?


Busca por voz é a tendência do metaverso e impacta SEO

Busca por voz é a tendência do metaverso e impacta SEO

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Por Carol Junqueira
Gerente de Marketing & Cultura da Simplex

Metaverso é a palavra mais escutada e discutida nos últimos tempos, ou pelo menos, desde que Mark Zuckeberg divulgou que mudaria o nome de sua empresa para Meta. Em termos práticos, o metaverso faz uso de tecnologias de realidade virtual e aumentada para que o usuário possa imergir nessa nova realidade do novo admirável mundo.

O filme Jogador nº1, dirigido por Steven Spielberg e inspirado no livro Ready Player One, de Ernest Cline, mostrou bem como isso funcionaria lá em 2018, quando estreou no cinema. A narrativa se passa num mundo físico tão destruído que as pessoas escolhem viver dentro de seus consoles. Se você não viu esse filme, a nerd que habita em mim te convida a achar todas as referências e easter eggs do filme. Mas voltando ao foco, ele – em minha opinião – ilustra o que esperar do metaverso de alguma maneira.

Um pouco mais à frente, no ano de 2019, nós vimos marcas como Louis Vuitton movimentar bilhões apenas com skins (nome dado às roupas no universo dos games) em jogos como League of Legends. Hoje, já é mais comum ter artistas fazendo shows em jogos como o Fortnite. Exemplos não faltam. Temos os norte-americanos Travis Scott, com mais de 14 milhões de fãs participando do show, e o DJ Marshmellow, com mais de 10 milhões. Meu sobrinho, inclusive, estava participando do show do Emicida no Fortnite há algumas semanas. Sempre na vanguarda, o rapper é o primeiro artista brasileiro a se apresentar na plataforma. 

Já ficou claro que o metaverso conta com eventos, desfiles, shows, produtos para os avatares e muito mais. O foco, acredito, seja uma nova forma de conexão social dentro de várias opções de mundos e realidades virtuais. Mas o que isso representa para o universo do SEO? Uma das previsões de tendência de SEO para 2022, feita pelo nosso co-fundador, João Lee, é o foco maior em buscas por voz.

No cenário do metaverso, eu acredito que a tendência seja exatamente essa. Por mais que muitos óculos tenham diversas formas de teclado, a voz talvez seja o meio mais fácil para algumas pessoas buscarem seus desejos.

Mas, considerando que estamos falando em buscar algo através das nossas vozes, podemos pensar que as famosas palavras-chave de cauda longa – que defendemos há anos como uma das melhores maneiras de levar uma boa experiência ao consumidor – é a melhor estratégia para esse novo tipo de vivência e da adoção de boas práticas de SEO. 

E é justamente aí que brilhará o time de SEO. E, se por acaso, esse time tiver ajuda de um mecanismo que crie páginas para longtail keywords de forma automática e escalável, melhor ainda. Mais do que nunca, devemos entregar a uma busca específica um resultado a altura dessa especificação. E na voz, isso será mais evidente.

Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito às assistentes de voz. Estas ferramentas ganharão ainda mais destaque com o metaverso, o que poderá impactar os buscadores e as métricas que usamos para medir desempenho. Mas este assunto é tema para um próximo artigo.