Google Analytics 4: do web ao customer analytics

Google Analytics 4: do web ao customer analytics
Tempo estimado de leitura: 9 minutos

 

joao-lee-post

Por João Lee
CEO da Simplex

A contagem regressiva já começou. A partir do dia 1º de julho, o Google Analytics Universal será descontinuado, sendo substituído definitivamente pelo Google Analytics 4 (GA4). Desde o lançamento da nova versão, em outubro de 2020, algumas empresas começaram a migrar lentamente. Porém, foi somente com o anúncio do fim do Universal Analytics, em março de 2022, que esse processo foi intensificado. Ainda assim, muitas deixaram a migração para a reta final do serviço. Mas por que esta transição é tão importante?  

O GA4 endereça uma grande questão do mercado: a capacidade de mensurar dados de App, Mobile e Site na mesma plataforma. Há cinco anos esta tarefa era hercúlea para a maior parte das empresas, exigindo grande investimento em analytics e processamento. Além das habituais ferramentas de análise de tráfego existentes no Universal, nessa nova versão teremos finalmente uma visão unificada das diferentes plataformas (App e Site) em uma única jornada, e um monitoramento do usuário de forma não intrusiva, em conformidade às leis de tratamento de dados, como a LGPD brasileira.

Ao simplificar o processo, o GA4 tornará métricas de App e Site comparáveis. Isso se refletirá em uma maior precisão nas análises de comportamento e atribuição e em uma visão de dados mais próxima da realidade. Em um mundo em que App e SuperApp são palavras de ordem, dados unificados representam vantagem competitiva.

A adoção do GA4 pelos profissionais de marketing marca uma mudança de paradigma: deixa-se de fazer web analytics (análise de dados de visitas a páginas da web) e passa-se a fazer customer analytics (análise do comportamento dos consumidores nas plataformas digitais de uma marca). Este novo paradigma acompanha a mudança de mercado. E entender esta mutabilidade do cenário digital é um ponto-chave para garantir uma migração bem-sucedida, pois toda nova tecnologia traz o risco inerente da adaptação. 

O Universal Analytics se tornou, nos últimos anos, ferramenta dominante de mercado para trazer dados sobre a navegação e as buscas feitas por usuários em sites. Do Urchin Analytics (o primeiro nome da ferramenta) até o Universal Analytics, já se passou um bom tempo e muita gente se acostumou a fazer relatórios sempre do mesmo jeito. Agora estamos diante de uma nova forma de coletar e armazenar dados, com uma interface diferente. 

Os times brasileiros estão habituados com a antiga versão e a mudança pode apresentar dificuldades para a construção de relatórios e tomada de decisões do dia a dia, o que será remediado pelo tempo e pela necessidade. Um risco menos visível é ainda a quebra de processos automatizados de construção de indicadores das empresas. Muitas cruzam dados de analytics e internos para construir uma visão mais precisa de seus negócios. Estes relatórios deverão ser revistos, bem como os processos que os constroem.

O processo de implementação pode ser tão longo quanto a complexidade de cada plataforma. Sites complexos, com alto grau de customização, tenderão a exigir maior esforço e, portanto, maior tempo. Neste sentido, uma estratégia inteligente é modular a implementação em etapas e planejar métrica a métrica o que deve ser implementado. Isso é o que chamamos de mapa de métricas. 

De forma prática, as empresas podem adotar o seguinte processo: garantir que a implementação seja precisa, criar um DE-PARA de relatórios vitais para a organização, mapear os principais relatórios utilizados e treinar as equipes. 

Mas para além do treinamento de times, é fundamental a divulgação dessa mudança em todos os níveis das empresas. É mais fácil comunicar esta transformação para o board de diretores do que tentar explicar, daqui uns meses, por que as métricas mudaram. 

*João Lee é CEO da Simplex, startup franco-brasileira pioneira na abordagem tecnológica de SEO (Search Engine Optimization) para aumento de tráfego qualificado, conversão e vendas online. Especialista em plataformas digitais de Analytics e CRM (Customer Relationship Management), foi responsável pela área de Web Analytics da Cnova, do Grupo Casino. 

Programa de carro popular de Lula impulsiona buscas por HB20 e Onix em junho

Programa de carro popular de Lula impulsiona buscas por HB20 e Onix em junho

Levantamento realizado pela startup Simplex no comércio varejista também destaca aumento de interesse do brasileiro por astigmatismo, em virtude do Junho Violeta 

São Paulo, julho de 2023. No mês da implementação da medida do governo de incentivo à compra de carros populares, dois modelos de veículos apareceram no ranking dos dez itens mais procurados pelos brasileiros na Internet. É o que aponta a edição de junho do Radar Simplex, levantamento criado pela startup franco-brasileira Simplex, que monitora as buscas realizadas por consumidores nos maiores e-commerces do Brasil e capta tendências através de uma plataforma de inteligência artificial. O Hyundai HB20 alcançou a vice-liderança do levantamento, com alta de +933% em relação a maio, enquanto o Onix, da General Motors, apareceu na sétima posição, com crescimento de 305%.

O resultado vai em linha com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em que ambos os carros constam na lista dos mais vendidos em junho. “Nem sempre a intenção de compra se converte em vendas. Mas, neste caso específico, o programa de descontos do governo já se reflete de forma concreta no mercado”, observa João Lee, CEO da Simplex, pioneira na abordagem tecnológica de SEO (Search Engine Optimization) para aumento de tráfego online qualificado, conversão e vendas na Internet. 

Preocupação com saúde ocular também é destaque 

No topo do Radar Simplex, o termo astigmatismo foi o campeão de buscas, apresentando crescimento de 1.205 % em comparação ao mês anterior. O aumento de interesse pelo problema de visão aconteceu em meio à campanha Junho Violeta, dedicada à conscientização e prevenção de doenças oculares, especialmente do ceratocone – deformidade na córnea dos olhos que pode gerar um grau irregular de astigmatismo de difícil correção. 

“O aumento expressivo indica o bom alcance da campanha, resultando na procura por itens relacionados à saúde dos olhos”, destaca João. 

Buscas por tênis e cachorros da raça Pinscher também aparecem no top 10 de itens mais buscados na internet, no que a startup acredita ser reflexo do Dia dos Namorados.  

Confira, abaixo, o ranking completo com os dez itens que mais despertaram o interesse do brasileiro no mês de junho e seus respectivos crescimentos em relação a maio:

1 – Astigmatismo (+1.205%)

2 – HB20 2023 (+933%)

3 – Tênis (+853%)

4 – Projetor (+380%)

5 – Pinscher (+361%)

6 – Fechadura Eletrônica (+307%)

7 – Onix (+305%)

8 – Escoliose (+294%)

9 – Pré-treino (+ 291%)

10 – Monster High (+282%)